A síndrome geniturinária da menopausa é um conjunto de sinais e sintomas decorrentes das alterações relacionadas à baixa de estrogênio, por falência ovariana, no climatério. Acomete aproximadamente 24% a 84% das mulheres nessa fase, causando um grande impacto na qualidade de vida e na função sexual; e, se não identificados e tratados precocemente, tendem a agravar-se progressivamente.
Infelizmente essa condição é desconhecida ou ignorada em cerca de 70% das mulheres climatéricas, tendo em vista a aceitação de sua condição cronológica e só reconhecendo o problema após abordagem pelo ginecologista. A deficiência de estrogênio promove alterações morfológicas e secretoras da uretra, bexiga, vulva e vagina, redução da vascularização e fluxo sanguíneo e consequentemente alterações em sua lubrificação, perda da elasticidade da mucosa, assim como, adelgaçamento e friabilidade do epitélio vaginal, atingindo diretamente a parede vesical, devido à sua íntima relação anatômica com a vagina. Todos esses sinais locais contribuem para os sintomas da síndrome geniturinária, dentre eles ardência, ressecamento vaginal, prurido (coceira) local, dispareunia (dor na relação sexual), disúria (dor ao urinar), urgência e infecções urinárias recorrentes.
O tratamento tópico hormonal é o padrão ouro para terapia dos sintomas vaginais na pós-menopausa, promovendo restauração da integridade do epitélio, restabelecimento da flora vaginal, melhorando as queixas locais da paciente. Há alternativas de tratamento tópico, como os lubrificantes, hidratantes vaginais, uso de dehidroepiandrosterona local (DHEA), testosterona tópica, técnicas de tratamento fisioterapêuticos e terapias baseadas em energia como os lasers e radiofrequência (FRAXX).
Os lasers e o FRAXX são inovações tecnológicas que estão contribuindo para o tratamento da atrofia vulvovaginal especialmente nas mulheres com contraindicação ao uso hormonal, que não o desejam fazê-lo ou que não aderem ao esquema posológico.
O tratamento contribui para a melhoria na qualidade de vida social e sexual das mulheres na sua longevidade.
Fonte: SGORJ